quinta-feira, 30 de setembro de 2010

• Governo do Chile não dialoga com indígenas presos

O Chile tem sido presença constante no noticiário, devido aos esforços para salvar os trinta e três mineiros que estão soterrados há várias semanas em uma mina, a 700 metros de profundidade. Contudo, outro drama se desenrola neste país, sem receber a devida atenção da imprensa:
Cinqüenta e oito indígenas do povo mapuche estão encarcerados, no Chile, enquadrados na Lei Antiterror. Destes, trinta e quatro estão em greve de fome há dois meses.
Os presos estão distribuídos entre as regiões de bío – bío e Araucania.
O Relator Especial das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos e as Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas, James Anaya, pronunciou-se recentemente sobre o caso.
Anaya afirma que tem mantido diálogo com o governo do Chile, recomendando que seja revista a aplicação desta lei, pois, até onde pôde constatar, os motivos que levaram a estas prisões não têm relação com o que se considera “terrorismo”.
De fato, a lei antiterror do Chile foi criada no tempo da ditadura militar, e visava legitimar a perseguição e punição violenta dos opositores do regime. Os indígenas presos participavam de protestos contra a sistemática destruição ambiental praticada no país pelas empresas de mineração, exploração madeireira e petroleira.
No Brasil, o Conselho Indigenista Missionário tem divulgado estes protestos, para alertar a sociedade sobre o tratamento dispensado, pelo Estado, às pessoas e grupos que defendem a causa indígena vinculada à preservação ambiental.

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